Empreendedorismo corporativo: o que é? Quais as principais competências e como se aplica?
Empreendedorismo corporativo consiste em empreender dentro da empresa na qual trabalha, mas que não é sua. Em outras palavras, é se posicionar como empreendedor, gerando inovação, vantagens e oportunidades de crescimento para você e para a empresa.
Seu sonho sempre foi empreender, mas está em um bom emprego e, por esse motivo, teve receio de tirar o seu projeto do papel e arriscar?
Não desista! Há uma opção na qual você pode unir esses dois mundos, chama-se empreendedorismo corporativo.
De forma resumida, o empreendedorismo corporativo consiste em empreender dentro da empresa na qual trabalha.
Isso quer dizer que você passa a atuar como um empreendedor, trazendo novas ideias e focando no crescimento da empresa, sem ser o dono desse negócio.
Vantajoso tanto para os colaboradores quanto para as organizações, o empreendedorismo corporativo vai ao encontro de um novo modelo de atuação.
Será que você se identifica com esse tipo de empreendedor? Descubra essa resposta agora!
O que é empreendedorismo corporativo?
O empreendedorismo corporativo, também chamado de intraempreendedorismo, significa empreendedor dentro da empresa na qual você trabalha.
Ou seja, você não é o dono do negócio, nem mesmo já começou como sócio. Porém, atuará como empreendedor e utilizará as suas habilidades para que possam crescer juntos.
Para ficar mais fácil de entender esse conceito, basta lembrar dos filmes americanos de advogados.
Já reparou que, na maioria deles, há sempre uma empresa de “advogados associados”, ou algum profissional que faz de tudo para se tornar sócio do escritório onde trabalha?
Esse é um bom exemplo de empreendedorismo corporativo. Isso porque os profissionais não começam com cargos de chefia ou com participação societária na empresa.
Porém, a sua atuação, relacionada à cultura da organização, permite que mudem a sua forma de atuar dentro desse negócio.
Dica de leitura “Tipos de sociedade empresarial: Quais existem? Como abrir”
Exemplos de empreendedorismo corporativo
Mas saindo da ficção e voltando para o mundo real, trouxemos alguns exemplos de empresas que trabalham com esse tipo de empreendedorismo.
Elas conseguiram não só trazer mais inovação para os seus negócios, como também valorizar e reter os seus talentos.
1. Google
O gigante Google, além de ser o mais conhecido e utilizado site de buscas, oferece ao seu público uma série de produtos.
O que talvez você não saiba é que alguns deles foram criados por seus empreendedores corporativos, como é o caso do Gmail.
A empresa tem a cultura de incentivar os seus colaboradores a utilizarem 20% do seu tempo para se dedicarem a projetos pessoais. E foi justamente em um desses períodos que Paul Buchheit criou um dos webmails mais necessário e utilizado do mundo.
2. Facebook
Sabe o botão “curtir” do Facebook, tão enaltecido por pessoas físicas e pessoas jurídicas para validar e potencializar as suas postagens? Também foi criado em um programa interno de ideias.
A empresa de Mark Zuckerberg também utiliza o intraempreendedorismo como caminho para inovar constantemente. Com isso, consegue sempre trazer novidades para o seu público e aumentar o seu poder de alcance.
3. DreamWorks
A DreamWorks é o estúdio de animação americano responsável por grandes sucessos de bilheteria, tais como O Poderoso Chefinho, Monstros vs Alienígenas, Shrek, Gato de Botas e muitos outros.
O empreendedorismo corporativo da empresa é extremamente democrático. Ele permite que qualquer funcionário, independentemente do cargo, envie sugestões sobre os filmes que estão sendo criados.
Somado a isso, a DreamWorks oferece cursos de desenvolvimento, o que potencializa os seus talentos internos e motiva a atuação dos seus profissionais.
Qual o perfil de um empreendedor corporativo?
Mas para trabalhar dessa forma, quais seriam as características de um empreendedor corporativo?
Entre as mais procuradas estão:
1. Visão sistêmica
Uma das primeiras competências que um empreendedor corporativo deve ter é a capacidade de enxergar a empresa como um todo.
Isso quer dizer não pensar apenas em soluções para o setor no qual está inserido, mas principalmente em melhorias que podem impactar positivamente outros pontos do negócio.
Para conseguir isso, é fundamental conhecer todos os processos da empresa, identificar os seus pontos fortes e fracos, e a influência de cada um nessa jornada.
2. Espírito inovador e ousadia
Uma vez que se conhece bem o funcionamento da empresa, fica mais fácil identificar quais situações podem ser melhoradas.
Mas para isso, é bem importante que o empreendedor corporativo tenha espírito inovador e ousadia.
Essas duas características são essenciais para que se consiga enxergar “fora da caixa” e entregar ideias que, em um primeiro momento, podem até parecer impossíveis, porém, a longo prazo, farão todo o sentido.
3. Criatividade
Criatividade também é um dos atributos que não podem faltar no perfil desse tipo de profissional. Afinal, se ele não tiver essa competência, dificilmente conseguirá encontrar soluções novas para problemas antigos.
4. Foco
Por outro lado, é preciso manter o foco. Um dos motivos é que, por mais que se tenha diversas boas ideias, pode não soar muito profissional mudar de perspectiva o tempo todo.
Assim, uma vez que sugerir uma inovação, é bastante indicado dedicar total atenção a ela, preferencialmente até que seja implementada, ou mesmo descartada, deixando-o livre para novos projetos.
5. Comunicação eficaz
Mas para conseguir transmitir todas essas ideias e sugestões de maneira clara é imprescindível saber se comunicar.
Sim! De nada adianta ter vários projetos em mente se não conseguir transmiti-los às outras pessoas de uma forma que consigam entender e, principalmente, se convencer da importância dessa mudança.
6. Bom relacionamento interpessoal
Aqui, vale lembrar que o empreendedorismo corporativo vai além do setor onde você atua. Ou seja, como dito anteriormente, é preciso conhecer a empresa como um todo.
Por conta disso, um bom relacionamento interpessoal é tão importante. Além de ajudar a conhecer a dinâmica de outros departamentos, lhe dá a chance de identificar pontos que podem ser melhorados.
Somado a isso, ainda pode ajudar para que a sua ideia de inovação seja aceita e valorizada quando implementada.
7. Liderança
Em complemento à característica anterior, não podemos deixar de citar a importância de ter perfil de liderança.
Independentemente de estar, ou não, em um cargo de chefia, o empreendedor corporativo acaba atuando naturalmente como um líder.
Esse profissional não apenas identifica pontos de melhoria para a empresa e para os seus colegas de trabalho, mas também os incentiva a buscar caminhos que colaborem com o crescimento de todos.
8. Flexibilidade
Por fim, porém não menos importante, é bastante interessante que esse tipo de empreendedor seja flexível.
É preciso ter em mente que nem sempre o projeto que apresentar será aceito como esperado. Por vezes, ele pode ser recusado ou ser solicitado ajustes antes de ser implementado.
Outro ponto a se ter em mente é que o mundo está em constante e ininterrupta mudança. Com isso, soluções que hoje parecem extraordinárias podem não ter o mesmo efeito amanhã.
Mas quando o profissional é flexível, consegue ajustar todas essas questões sem perder a motivação e o espírito empreendedor.
O empreendedorismo corporativo é vantajoso?
A esta altura você deve estar se perguntando: “Será que ser um empreendedor corporativo é realmente vantajoso para mim?”
Bem, para as empresas, as vantagens que mais se destacam são a redução de custos, a retenção de talentos, o aumento da produtividade e, especialmente, conseguir estar em processo constante de inovação.
Para os profissionais que atuam dessa forma, podemos dizer que é uma maneira de empreender sem precisar lidar com algumas questões que envolvem ser dono do seu próprio negócio.
Por exemplo, você não vai precisar se preocupar com capital de giro para manter o seu negócio, ou com obrigações relacionadas à folha de pagamento.
Somado a isso, você tem a chance de se manter atuante em uma empresa que já conhece e que acredita no potencial de crescimento, além de aprimorar os seus conhecimentos e agregar mais valor à sua experiência tanto profissional quanto pessoal.
Como se tornar esse tipo de empreendedor?
Se tornar um empreendedor corporativo está totalmente relacionado à cultura da empresa na qual trabalha.
Para isso, as organizações precisam tornar esse processo parte da sua cultura, implementar programas de incentivo e capacitar as equipes.
Mas se a sua intenção é ter o seu próprio CNPJ, saiba que as mudanças ocasionadas pela Reforma Trabalhista têm colaborado para que empresas contratem outras empresas para realização de uma determinada atividade.
Aqui, é bem importante deixar claro que não se trata do processo de pejotização, ou seja, aquele no qual funcionários CLT abrem um CNPJ para continuarem atuando na empresa.
Esse tipo de abordagem é considerada ilegal, uma vez que se mantém o vínculo empregatício, mas a empresa se abstém de pagar os seus direitos trabalhistas.
No caso, estamos falando em terceirização, ou mesmo da contratação de profissionais autônomos.
Essa prática permite firmar contrato entre empresas sem infringir a lei ou penalizar qualquer uma das partes envolvidas.
Para entender melhor sobre esse tema não deixe de ler o artigo “A Nova Lei da Terceirização foi aprovada: veja o que muda para empresários e funcionários”
Assim, se você quer ter a sua própria empresa, seja de prestação de serviços ou outro segmento, sem precisar de sócios para isso e com um valor inicial de investimento baixo, se tornar um empreendedor individual pode ser uma boa alternativa.
Sobre isso, leia o artigo “Empreendedorismo Individual: Tudo o que você precisa saber” e confira como começar a empreender!
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Escrito por:
Vitor Torres
Vitor Torres é fundador e presidente da Contabilizei desde 2013, quando iniciou uma revolução ao liderar o movimento de desburocratização da contabilidade no país, tendo alcançado a liderança no segmento durante essa jornada. Hoje tem o propósito de simplificar a vida dos micros e pequenos empreendedores e fortalecer o futuro de cada um dos 50 mil clientes da companhia, transformando o cenário do empreendedorismo no Brasil. O executivo é formado em Administração pela Universidade Positivo, possui formação executiva em Liderança em Escala pela INSEAD, realizou um MBA de Administração e Negócios pela Columbia Business School e participou de um Programa de Liderança Executiva em Negócios pela Stanford University Graduate School of Business. Em 2016, foi selecionado como Empreendedor Endeavor. Reúne experiência na área de consultoria e análise de negócios, tendo apoiado de forma pioneira no desenvolvimento do ecossistema de startups.